Os processos de desenvolvimento são independentes da aprendizagem, o desenvolvimento antecede aprendizagem.
Ação sobre o objeto.
O desenvolvimento
ocorre de dentro para fora o professor é
portanto um facilitador ou bloqueador do processo.
Etapas
do desenvolvimento
Período
Sensório-motor (0 a 2 anos):
A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa
a construir esquemas de ação para assimilar
mentalmente o meio.
A inteligência é prática.
As noções de espaço e tempo são construídas pela ação.
O contato com o meio é direto e imediato, sem
representação ou pensamento.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "
mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Pré-operatório (2-7 anos)
Também chamado de
estágio da Inteligência
Simbólica . Caracteriza-se,
principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio
anterior (sensório-motor).
A
criança deste estágio: É egocêntrica,
centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do
outro.
Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação
Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação
(é fase dos "por quês").
Possui percepção global sem discriminar detalhes.
Possui percepção global sem discriminar detalhes.
Deixa se levar pela
aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a
forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual,
pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
Na linha piagetiana a linguagem é
considerada como uma condição necessária mas não suficiente ao desenvolvimento,
pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado pela
linguagem, conforme alerta La Taille (1992).
Em uma palavra, isso implica entender que o
desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.
Período das operações concretas (7 a 11, 12 anos):
A criança desenvolve noções
de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., já sendo capaz de
relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade.
Não
se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à
abstração.
Desenvolve a
capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando
a transformação observada (reversibilidade).
Exemplos:
Exemplos:
despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a
criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma
vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a
ação.
Período das operações formais (12 anos em diante):
A representação agora permite a abstração total.
A representação agora permite a abstração total.
A criança não se
limita mais a representação imediata nem somente às relações previamente
existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente
buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da
realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais
elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a
todo as as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para
analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo",
a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma
galinha comendo grãos.
A criança adquire "capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos
códigos de conduta: discute valores morais de seus pais e constrói os seus
próprios (adquirindo, portanto, autonomia)".
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